Orientador:
18 de fevereiro de 2014
Equoterapia e Encefalopatia Crônica
A Equoterapia tem sido uma pratica terapêutica adotada
para tratar vários tipos de distúrbios. O deferido estudo abordou a temática
Encefalopatia Crônica utilizando como tratamento a equoterapia. Com base nessa
afirmação foi realizada uma pesquisa em uma instituição do município de Niterói
que oferece esse tipo de tratamento. Nesse artigo mostra as principais
características da EC, e como a intervenção terapêutica através da equoterapia
pode promover o desenvolvimento neuropsicomotor dessas crianças. Na equoterapia
o cavalo é visto como elemento cinesioterapêutico , sensório- perceptivo e
motivador. O seu movimento rítmico, preciso e tridimensional ao caminhar é
comparado com ação da pelve humana no andar. Esse movimento faz com que se
desenvolva o equilíbrio, a adequação do tônus, o controle da postura, a
coordenação, a fala e a linguagem. Sendo assim a equoterapia melhora também a
autoconfiança, a auto-estima, a motivação, a atenção e a concentração da
criança com Encefalopatia Crônica, além de benefício motor, a melhora do déficit
cognitivo e da interação social. Leia em "Mais Informações" ...
1 – Introdução
A Encefalopatia
Crônica não Progressiva da Infância (ECNPI) ou Paralisia Cerebral (PC) é uma
lesão do sistema nervoso central ainda imaturo que se manifesta clinicamente
por alterações do movimento, da postura, do equilíbrio e coordenação. Essa
doença pode ocorrer no período pré – natal, perinatal ou na primeira infância,
caracterizada principalmente por paralisias, espasticidade e/ou movimentos
involuntários dos membros, e menos frequentemente hipotonia e ataxia.
A equoterapia
promove em seus praticantes, benefícios neuromotores gerados através do
descolamento constante do centro de gravidade, estimulado pelo movimento do
cavalo ao passo, ativando os sistemas vestibular, articular, e muscular,
visual, cerebral e reticular (Medeiros; Dias, 2002). A equoterapia não consiste
apenas em exercícios de estimulação neuromuscular, visto tratar- se de um
método terapêutico que envolve o ser humano por completo. Paciente e cavalo
participam ativos dos exercícios. E a equipe formada por fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos, instrutores de equitação, são
fundamentais para conduzir e levar o bom termo a terapia ao longo do tempo.
Cabe ao psicólogo conhecer todos esses profissionais que estarão trabalhando juntos
de forma interdisciplinar, como o cavalo, o praticante, e todo o material
empregado nas técnicas e exercícios utilizados na equoterapia. Cabe a ele
conhecer também o praticante, assim identificando suas limitações e
potencialidades, além de conhecer muito bem o cavalo, suas características,
para obter uma visão precisa das coisas possíveis dentro do tratamento. A
interação de toda a equipe permite que cada um entenda a abordagem de seu
colega, possibilitando assim um trabalho associado.
Toda a harmonia em
equipe é muito importante, principal objetivo da atuação interdisciplinar. O
psicólogo ajuda na desenvoltura da equipe, para uma perfeita harmonia entre
todos e obter um ótimo resultado no trabalho. A Fisioterapia na Equoterapia tem
como finalidade proporcionar ao praticante portador de deficiência, a prevenção
e o tratamento de patologias, bem como a reabilitação e desenvolvimento de seu
estado atual através do uso do cavalo, principalmente através do movimento
tridimensional e multidirecional. Fonoaudióloga atuando na equipe de
Equoterapia. Com seus conhecimentos ele vai procurar adaptar os exercícios da
sua área para a sessão de Equoterapia, de acordo com as necessidades de cada
paciente, aproveitando a estimulação no meio ambiente e do cavalo, proporcionando
uma terapia lúdica e prazerosa. Outro aspecto trabalhado pelo profissional da
fonoaudiologia é a Psicomotricidade. A função do pedagogo na Equoterapia é de
auxiliar no processo de aprendizagem que se desenvolve no ambiente escolar, de
forma que facilite o desenvolvimento do praticante, como um todo, buscando
solucionar algumas dificuldades que venha prejudicar o processo ensino
aprendizagem.
Na sessão de
Equoterapia trabalha-se desde afetividade, segurança, socialização,
auto-estima, psicomotricidade, articulações de fala, ludicidade, disciplina,
como também situações de ensino-aprendizagem, raciocínio lógico- matemático,
perspectivas motoras, sensórias e formação moral. Dentre as funções do
equitador podemos destacar: a escolha do cavalo, o treinamento para montaria em
rampa/mesa/solo dos dois lados, treinamento do cavalo para aceitar a
movimentação e mudança de posição do praticante sem alterar-se, ensinar os
membros da equipe a montar, conduzir o cavalo em várias andaduras, exercitar o
animal, zelar pela limpeza e organização do picadeiro, acostumar o cavalo com
os materiais, brinquedos e sons utilizados pelos mediadores, verificar a
limpeza e o trato dos condutores com os cavalos e da manutenção dos materiais
de limpeza e cocheiras, orientar a colocação dos arreios e discutir com a
equipe cada detalhe, cada progresso e atitude dos praticantes e principalmente,
cabe ao equitador a responsabilidade pela segurança e integridade física do
praticante.
O equitador tem um
papel importante, já que o cavalo é uma ferramenta principal do tratamento na
equoterapia, o equitador tem que ter o conhecimento geral do cavalo, desde a
doma até a lida do dia.
Apesar do aspecto
assistemático das observações foi possível caracterizar a importância do
trabalho interdisciplinar cujo o foco é o paciente, constante assim a melhora
dos clientes atendidos no tocante à interação social, na coordenação global,
equilíbrio uma melhora nos aspectos comportamentais e emocionais nos
praticantes da Equoterapia.
Com esse estudo,
podemos observar e ter uma melhor compreensão acerca do assunto, podendo assim,
beneficiar o físico e mental das crianças portadoras de EC, resultado por fim o
objetivo principal que é a melhoria de qualidade de vida destas.
2. Metodologia
O método de
pesquisa utilizado foram através de diversos livros, sites da internet e no
centro de equoterapia Conviver (Várzea das Moças - Niterói – RJ). São
analisados os dados coletados através do Inventário de Avaliação Pediátrica de
Incapacidade (PEDI)
O objetivo é
apresentar a equoterapia como um possível método terapêutico da EC, que é a
baseado na pratica de atividades eqüestres e técnicas de equitação que utilizam
o cavalo como instrumento cinesioterapêutico. O movimento rítmico e o processo
tridimensional do cavalo , que ao caminhar se desloca para frente / trás , para
aos lados e para cima/baixo pode ser comparado com a ação da pelve humana no
andar , com isso a equoterapia pode contribuir de forma positiva para
Reabilitação de
crianças proporcionando benefícios físicos e psicomotores, pós trabalha o
equilíbrio e a coordenação motora e melhora a postura, o alongamento, a
flexibilidade muscular, a dissociação se movimenta e a consciência corporal, ou
seja, esquema e a imagem corporal (LERMONTOV, 2004).
Existem na literatura
informações consistentes que fundamentam e justifiquem a abordagem terapêutica
da EC através da Equoterapia, com seus variados enfoques: terapêuticos,
educativos/ reducativos e para esportivos. Entretanto, a equoterapia tem um
longo caminho a seguir. Por ser uma pratica não muito falada no Brasil, não
encontram muitas publicações cientificais nacionais acerca do tema.
Devido ao contato
com um menino de cinco anos portador de EC Surgiu o nosso interesse em fazer um
levantamento de da os teóricos a fim de atualizar, ou seja, levantando a
profundo no tema dando abordagem da Equoterapia como o tratamento, a qual tem
excelentes resultados fazendo com que se escolhe o tema.
3. Resultados
Cada praticante
apresenta um caso específico e, por isso, precisamos formular um programa
personalizado, organizado de acordo com as necessidades e potencialidades de
cada um. No caso do Fabrício ( a crianças que acompanhamos), a fisioterapeuta
Érica Duarte , (pesquisadora da UERJ) e fisioterapeuta do Centro Conviver ,
utilizou o Pedi (Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade) no inicio
e durante o tratamento.
TABELA DE
DIFERENÇA ENTRE PEDI 1 E 4
ESCORE CONTÍNUO
POR CRIANÇA (PEDI 4 – PEDI 1 = diferença)
A tabela acima
mostra uma grande melhora no quarto clinico do Fabrício, o resultado da
equoterapia, foi positivo, ele conseguiu uma grande melhorar ao sentar, abrir
as mãos, já não baba mais, antes era constante, e até a pneumonia não se
apresenta bastante.
4. Discussão
Os relatos
encontrados na pesquisa de campo confirmam os dados encontrados na literatura.
A equoterapia
requer esforço e paciência não só daqueles que recebem o tratamento, mas por
parte de todos que convivem com a pessoa praticamente, onde a confiança obtida
durante a prática dos exercícios terapêuticos permite acelerar o processo de
desenvolvimento de potencialidades, responsável pela integração social e
pessoal do portador de deficiências ou dificuldades (BRENTEGANI, 2008). Através
da pesquisa estrutural relatamos os seguintes dados.
Os dados da
tabela abaixo relatam as informações dos do Fabrício no Possibilidades com a
Equoterapia para os praticantes portadores da Encefalopatia Crônica: as
crianças com EC têm como principal característica o comprometimento motor, que
influencia no seu desempenho funcional. Existem diversos exercícios que podem
ser utilizados na Equoterapia para ajudar na reabilitação. Para utilizá- los
adequadamente, deve-se avaliar esta criança classificando – a por dois
critérios: (1) pelo tipo de disfunção motora, ou seja, pelo quadro clínico
resultante do tipo de EC apresentado pela criança, discinética (atetóide,
coréico e distônico), atáxica, espástica ou mista; e (2) pela topografia dos
prejuízos, ou seja, localização do corpo afetado, que inclui tetraplégica ou
quadriplegia, monoplegia, paraplegia ou diplegia e hemiplegia. (GONZALEZ E
SEPÚLVEDA, 2002).
O objetivo da
fisioterapia é a inibição da atividade reflexora anormal para normalizar o
tônus muscular e facilitar o movimento normal, com isso haverá uma melhora da
força, da flexibilidade, da amplitude de movimento (ADM), dos padrões de
movimento e, em geral, das capacidades motoras básicas para a mobilidade
funcional. As metas de um programa de reabilitação vão reduzir a incapacidade e
otimizar a função (MEDEIROS & DIAS, 2003).
5. Conclusão
A EC é um
distúrbio do tônus, do movimento, da postura resultante de uma lesão encefálica
não progressiva destacam –se a falta de controle muscular seletivo, o
desequilíbrio entre a atividade muscular agonista e antagonista, rações de
equilíbrio pobres e co- contração ausente ou em excessão, o que interfere no
desenvolvimento do controle postural e dificulta a realização das atividades
funcional. A equoterapia não consiste apenas em exercícios de estimulação
neuromuscular, visto tratar-se de um método terapêutico que envolve o ser
humano por completo. Paciente e cavalo participam ativos dos exercícios. E a
equipe formada por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos,
instrutores de equitação, são fundamentais para conduzir e levar o bom termo a
terapia ao longo do tempo.
Referências
Bibliográficas
Internet
disponível em http://www.brjb.com.br/files/brjb_105_4201003_id2.pdf. Acesso em
24 abril de 2013
MEDEIROS, M. A
equoterapia com abordagem psicomotora nos portadores de encefalopatia crônica
da infância. internet disponível em WWW.equoterapia.org. Acesso em 24 de abril
de 2013
LERMONTOV,
Tatiana; A Psicomotricidade na Equoterapia. São Paulo: Idéias e Letras, 2004.
BRETEGENI,
Thais Rocha. A Equoterapia no ponto de vista psicológico. Disponível em:
HTTP://www.equoterapia.com.br/artigo-12.php . Acesso em: 01 maio de 2013.
GONZAÁLEZ, R.C;
SEPÚLVEDA, R. F.C Tratamento de La Espasticidade em Paralisia Cerebral com
Toxina Botulinica. Revista de neurologia, v34, n.1, p. 52-59, 2002.
MEDEIROS,
Tatiana; SANTOS, Maria Tereza Botti Rodrigues dos Doença periodontal num grupo
de portadores de Paralisia Cerebral. 4ed. Curitiba, 2003.
Internet
disponível em http://www.equoterapia.com.br/artigos/artigo-12.php. Acesso em 01
maio de 2013.
Trabalho realizado
por:
Igor Leonel -
Danyelle Baptista - Cryslaine Miranda da Silva - Daiane Magalhães da Silva -
Marcus Vinicius da Silva Martins.
Universidade
Salgado de Oliveira – Campus: São Gonçalo.
Orientador:
Prof. Blair José
Rosa Filho.