28 de setembro de 2009

Principais Doenças Equinas

Mesmo com o manejo e a alimentação correta os cavalos podem ser acometidos de doenças cuja gravidade varia de acordo com seu modo de ação . O controle parasitario feito através da administração de vermífugos e vacinas periodicas diminui a incidencia dos problemas de saúde . Portanto , conhecer as principais doenças e as formas de prevenção contribuem para a preservação da saúde do plantel .
Rinopneumonite
Também conhecida por "aborto à vírus", é uma doença viral causada por herpes-vírus, transmitida por via respiratória e alimentos contaminados. Como conseqüência, podem ocorrer abortos, doenças respiratórias (faringite associada com hiperplasia folicular linfóide, broncopneunomia viral), doenças venéreas e paralisias.
Prevenção: vacinar as reprodutoras no quinto, sétimo e nono mês de gestação; animais jovens devem receber a primeira vacinação após 60 dias do nascimento, repetindo a mesma no intervalo de duas a quatro semanas.
Influênza
Provocada por vírus, a doença mais conhecida por "gripe", pode ocasionar tosse seca, hipertermia, descarga nasal, miosite (inflamação muscular) e infecções bacterianas secundárias (pneumonia, etc). A evolução desses problemas poder deixar graves seqüelas, como doença pulmonar obstrutiva crônica que compromete o desempenho atlético do animal. Prevenção: Vacinação primária, repetindo a mesma com intervalo de duas a quatro semanas e, depois, vacinar a cada seis meses.
Tétano
Doença causada pela bactéria Clostridium tetani que produz toxinas que ativam o nível tecidual local e o nível nervoso, podendo ficar incubado por meses. A forma mais comum de contágio, segundo o veterinário, é por ferimentos ou lesões cutâneas e lesões de mucosas. O animal apresenta vários sinais clínicos associados à excessiva estimulação do sistema nervoso central, sendo os mais comuns a hiperexitabilidade, o prolapso de terceira pálpebra, os espasmos e o enrigecimento muscular. O agravamento destes fatores pode causar a morte . Prevenção: Além da vacinação primária, com repetição após duas a quatro semanas, vacinar semestralmente. Há vacinas que associam a prevenção contra o tétano, a influenza eqüina e a rinopneumonite eqüina.
Encefalomielite
Esta doença causada por vírus é transmitida por mosquitos de vários gêneros. As formas mais comuns da doença são denominadas de "leste", "oeste" e "venezuelana". Como geralmente as vacinas são polivalentes e o diagnóstico diferencial destas formas é muito específico, os sinais clínicos em cavalos com a encefalomielite, de forma conjunta, são hipertermia, anorexia, dentes cerrados, andar em círculos, disfunção do nervo cranial, excitação, depressão, sonolência, nistagmo, disfagia, sendo que os sobreviventes ficam com seqüelas. Quando afeta o plantel, a mortalidade pode ser de 75% a 98%. Esta doença acontece em forma de surtos, principalmente nos meses quentes do ano, devido à maior proliferação de mosquitos. Por ser uma zoonose, tem importância na saúde pública, pois atinge o homem, principalmente a forma "oeste".Prevenção: controle de vetores; cuidados no manuseio de material infectado pela doença e vacinação primária, repetida após duas a quatro semanas e depois, de forma semestral ou 30 dias antes da época dos mosquitos.
Adenite ou Garrotilho
É a doença respiratória mais conhecida, mas é também a mais confundida com outras doenças respiratórias que afetam os eqüinos. Causada pela bactéria Streptococus eqüi, invade primeiro as mucosas oral e da nasofaringe, causando faringite e rinite aguda. Normalmente desenvolve abcessos nos linfonodos retrofaringeano e sub-mandibular, causando anorexia, hipertermia e descarga nasal purulenta. Podem ocorrer complicações, evoluindo indesejavelmente para infecções das bolsas guturais, pneumonia por aspiração, entre outras conseqüências, podendo, em casos mais graves, levar o animal à morte.Prevenção: Vacinação primária repetida após duas a quatro semanas e depois a cada semestre. O veterinário observa que com a vacinação podem ocorrer reações indesejáveis no animal abscessos e até reações sistêmicas severas em animais previamente vacinados ou anteriormente expostos à doença. Controle: Vacinação; Isolamento imediato do animal infectado;Desinfecção das instalações e utensílios usado pelo cavalo.
Raiva
Doença viral transmitida pelo morcego. Os cavalos afetados podem apresentar uma grande variedade de sinais clínicos, como cólica, claudicação, atoxia (falta de equilíbrio), disúria, espasmos musculares, disfagia e déficit de nervos periféricos, como a paralisia do nervo radial. O agravamento da doença pode levar à morte.Prevenção: Vacinação dos animais em regiões com risco de ocorrer a doença, começando pela primária, repetida no intervalo de duas a quatro semanas, e depois anulamente.
Rhodococcus

Doença que ocorre em haras e centros de criação, causada por bactéria, onde a transmissão se dá por ambientes e materiais infectados. Quando atinge o organismo, esta bactéria causa uma broncopneumonia supurativa e abscessos pulmonares em potros novos. A mortalidade, pode ser superior a 80% e a morbidade gira em torno de 5 a 17%, podendo haver variações.
Prevenção: Desinfecção de ambientes, como baias, cocheiras (em locais em que há alta incidência pode-se optar por não estabular os animais, nem para parição); vacinação de animais jovens e éguas de cria; e manter doadoras hiper-imunizadas que servirão de fonte de plasma para tratamento profilático em potros recém-nascidos.
Leptospirose
Também conhecida popularmente como a "doença do rato", é causada pela bactéria Leptospira spp., que apresenta diversos sorotipos. As leptospiras penetram no organismo através de ferimentos na pele ou nas mucosas do nariz, boca ou conjuntiva. Com possibilidade menor de freqüência, há possibilidade de transmissão venérea e via transplacental. Quando ocorre, os sinais clínicos são a hipotermia, depressão, anorexia, podendo haver icterícia oftálmica periódica. A doença pode levar à cegueira, ao aborto (mais comum a partir de sexto mês de gestação) e à orquite, levando os garanhões à esterilidade.
Prevenção: Vacinação primária, repetida depois de duas a quatro semanas e, posteriormente, vacinar de quatro em quatro ou de seis em seis meses. Deve realizar-se exames sorológicos de uma amostragem dos animais para identificar os sorotipos que estão presentes na propriedade.
Anemia Infecciosa Equina (AIE)
Vírus RNA (muito resistente);Caracteriza-se por períodos febris e anemia; Ainda apresenta falta de apetite, fraqueza, palidez das mucosas e edemas nas partes baixas do corpo; Transmissão: insetos hematófagos; emprego de instrumentos cirúrgicos e agulhas hipodérmicas não esterelizadas.
Não existe tratamento específico; Torna-se de suma importância as medidas profiláticas para o combate à doença; Verificação através da prova de Coggins.
Bebeiose
Conhecida também como Nutaliose ; Protozoário do gênero Babesia caballi e Babesia equi;Incubação de 8 a 10 dias, que no início da doença apresenta uma elevação de temperatura;ciclo febril remitente, perda do apetite, mucosas amareladas, edemas localizados, fezes cobertas de muco e grande eliminação de urinaTransmitida por carrapatos, que ao se alimentarem do sangue de seus hospedeiros, transmite a eles os protozoários responsáveis pela doença; Necessidade de um controle cerrado dos carrapatos, tanto nas pastagens como nos cavalos através das aspersões de carrapaticida; Todos os cavalos independentes de estarem ou não com carrapatos, deverão ser submetidos ao tratamento.
Estomatite Vesicular
Desenvolvimento de vesículas na boca e nas patas;Similar a febre aftosa dos ruminantes; Transmitida pela saliva e pelo líquido das vesículas de animais infectados; Controle isolamento e higiene dos animais doentes para que a doença se extingue; Identifica-se a doença através da prova ELISA.
Cólica
Esta síndrome caracteriza-se por uma dor intensa na região abdominal, levando o animal a um sofrimento angustiante e podendo levá-lo a morte.
Sendo a maior incidência em cavalos estabulados com regimes alimentares artificiais, os cavalos de esporte tornam-se uma preocupação constante dos proprietários e cavaleiros.
São duas as causas predisponentes mais frequentes:
As ligadas à anotomia e fisiologia do animal;
As ligadas ao regime alimentar.
Ligadas à anotomia e fisiologia do animal
Pequeno tamanho do estômago, em relação a uma grande capacidade digestiva total;
Intestino delgado longo e preso a um amplo mesentério, livre na cavidade abdominal;
Ceco constituindo-se numa grande cuba de fermentação , com capacidade de cerca de 30 litros de conteúdo;
Intestino grosso (cólon maior) contendo flexuras que podem constituir-se em regiões de possível obstáculo à passagem de alimentos de baixa qualidade e mal digeridos;
Presença de algumas válvulas e constrições ( esfíncteres) que também podem transformar-se em pontos de obstrução à passagem do bolo alimentar;
Baixo limiar à dor, isto é, pequenos estímulos produzem grandes sensações dolorosas.
Ligadas ao regime alimentar
Administração de grandes quantidades de alimento de uma só vez;
Utilização de alimentos deteriorados, mofados ou de baixa qualidade;
Mudanças bruscas de tipos de alimentos;
Emprego de pouco volumoso em relação a alimentos concentrados;
Sinais
Inquietação, que se traduz principalmente por uma mudança de hábitos e temperamento e pelo bater insistente das patas anteriores no chão;
olhares dirigidos ao seu flanco;
Deitar e levantar frequentemente;
Assunção de posturas anormais (às vezes, sent-se como um cão);
Sudorese, que ser regional ou difusa;Posição de micção ou defecação constante, com exteriorização do pênis.

Tabela de Controle de Vacinação