13 de julho de 2011

Equitação e Área Psicomotora


Imaginemos um cavaleiro executando, juntamente com sua montada, a passagem sobre um obstáculo e as complexas ações mentais que lhe dão condições de coordenar seus conjuntos musculares com os do animal, controlando velocidade, passada e postura.Na realidade, a base dessas operações mentais é ensinada durante a primeira fase do aprendizado – na Equitação Elementar –momento no qual se busca despertar no aluno a motivação e o gosto pelo cavalo.Leia em "Mais Informações"

A pesquisadora Elisabeth Simpson classificou as habilidades nos seguintes níveis de domínios psicomotores: percepção: primeiro passo para executar uma ação motora; pré disposição: prontidão para um tipo particular de ação;
 
Resposta Orientada: passo inicial de habilidade, sob orientação de instrutor;
Resposta mecânica: a resposta passa a ser habitual;
Resposta Complexa Evidente: desempenho de um ato motor complexo.
 
Imaginemos um cavaleiro executando, juntamente com sua montada, a passagem sobre um obstáculo e as complexas ações mentais que lhe dão condições de coordenar seus conjuntos musculares com os do animal, controlando velocidade, passada e postura.
 
Na realidade, a base dessas operações mentais é ensinada durante a primeira fase do aprendizado – na Equitação Elementar –momento no qual se busca despertar no aluno a motivação e o gosto pelo cavalo. Nela, o futuro cavaleiro torna-se capaz de tratar seu animal, aprende a empregar os meios de que dispõe (ajudas) e, principalmente, constrói sólidos alicerces que permitirão seu prosseguimento nas Equitações Secundária e Superior.
 
No início, o aluno tem dificuldade para manter um bom equilíbrio físico sobre o cavalo. O instrutor corrige sua posição, visando obter a descontração de sua musculatura conforme as andaduras que estiver explorando (passo, trote ou galope). Sabe-se que a falta de flexibilidade irá prejudicar a ação futura do cavaleiro sobre o animal.
 
O Coronel Lélio de Castro Cirillo, fundador da Associação Nacional de Equoterapia/ANDE, sugere que o instrutor de equitação deve, ao planejar sua aula, escolher e agrupar exercícios que permitam ao aluno obter descontração geral, flexibilidade das articulações e possibilitem o trabalho muscular que resulte em independência física.

Sugere-se que os exercícios sejam executados inicialmente com o cavalo parado, depois em círculo, em volta do instrutor, posteriormente ao passo, em seguida ao trote curto e finalmente nas três andaduras. Além disso, é fundamental que sejam realizados respeitando o ritmo de aprendizado de cada aluno.
 
Conheça os exercícios mais consagrados entre os instrutores e professores de equitação, todos executados montados, constantes dos manuais da ANDE e do Exército Brasileiro e sua relação com o desenvolvimento psicomotor:
 
Movimento de braço: ao executar rotações com os braços, flexão dos braços, rotação alternada dos braços e exercícios assimétricos (rotação de um braço e flexão de outro) o aluno estará trabalhando seu equilíbrio físico e sua coordenação motora.
 
Flexão da região renal: um exercício muito praticado pelos iniciantes é executar o comando de “Abraçar o cavalo”, que permite a flexão do tronco para frente. A flexão do tronco para trás é obtida através da execução do comando “Deitar na garupa”. Existe a opção de executar a variação “Acariciar o flanco esquerdo com a mão direita”. Esses exercícios trabalham a lateralidade e orientação espacial dos executantes.
Movimento das coxas: por intermédio da elevação de joelhos, elevam-se as coxas de forma alternada, aproximando e afastando os joelhos do cepilho, inicialmente um e depois o outro, sem alterar o assento. Este é um exemplo de como incentivar o desenvolvimento do domínio corporal e do relaxamento do aluno.
 
Rotação dos pés: fazendo movimentos lentos e uniformes, descrevendo um círculo de baixo para cima e de fora para dentro, sem alterar a posição das pernas, este movimento possibilita trabalhar o equilíbrio e a flexibilidade.
 
Condução sem o uso do estribo: com esse exercício, o aluno fará grande utilização de seu equilíbrio e flexibilidade. A força física também pode ser trabalhada através de exercícios específicos. Sabe-se que quando o cavaleiro está fazendo muita força alguma coisa deve estar errada.
 
Assim, podemos concluir que os benefícios da equitação na área psicomotora são muitos. Os exemplos apresentados, embora simples e consagrados, permitem refletir que um simples abraço no animal traduz uma ação planejada por parte dos profissionais de equitação, trazendo um benefício na área psicomotora. Além disso, professores de equitação têm trabalhado, cada vez mais, em conjunto com profissionais de outras áreas buscando alcançar o desenvolvimento progressivo de seus alunos.