11 de julho de 2010

O Cabresto Correto

Velho conhecido dos cavalos, e por não dizer dos seus donos, o cabresto é um utensílio essencial no dia-a-dia do trato com os animais. Seu surgimento foi por volta do século VIII e utilizado primeiramente por um exercito muçulmano da época, com o tempo substituiu o laço e ganhou ainda mais importância com o surgimento da Doma Racional. Embora muito utilizado, poucos conhecem a variedade de modelos existentes no mercado e a sua importância. Leia em "Mais Informações " ...

Os cabrestos, segundo o proprietário da Laufel Marcas em Inox, Marcelo Bens, podem ser confeccionados em vários tipos de materiais. Porém, ganham destaque os confeccionados em nylon. Embora seja o mais comum e barato, ele ressalta, porém, que podem causar desconfortos aos animais e condutor, em razão do atrito com a pelagem, o que pode provocar, inclusive, ferimentos na nuca e na região das faces laterais da cabeça do cavalo.

Na lista dos mais comuns, existe ainda os de polipropileno, à base de fibras de algodão e mais confortáveis. O cabresto de "seda" como é mais conhecido, porém, ainda podem causar certo desconforto quando usado por longo tempo. Para condutor que quiser gastar um pouco mais e ter a certeza de um bom negócio, para ele e seu cavalo, a melhor opção fica por conta do cabresto de couro. Natural e confortável, a contrapartida vem ainda em relação à sua grande durabilidade, que se bem cuidado, pode durar anos. Eles podem ser roliços, de couro cru e amaciado, ou de sola. Esse último tem dimensões variáveis e do gosto do condutor.

Mas as opções não param por aí. O mercado oferece modelos especiais de cabresto, confeccionados com aço e revestido em couro ou plástico, com corrente ligando o cabo à cabeçada. Neste caso, é importante que a corrente seja forte, não oxidável e presa a um mosquetão resistente. "Particularmente, não recomendo o uso de correntes nos cabrestos, pois viciam o cavalo a morder o cabo ou a própria corrente, além do incômodo dos toques freqüentes no mento e mandíbula inferior, interferindo negativamente na apresentação do animal", ressalta Bens. Junto aos modelos, os preços também variam e vão de R$ 20 a astronômicos R$ 500 por um cabresto.
Nas provas equestres, embora a contenção e controle sejam feitos com o uso do freio, o cabresto pode também ter um papel importante. Além da doma inicial, treinamento e exercícios de condicionamento feitos no haras, nas competições como, por exemplo, o enduro, o cabresto pode marcar presença quando o cavaleiro tiver de fazer o desmonte do animal e em seguida ter de puxá-lo pelo próprio cabresto. "Seja de apresentação ou qualquer outro tipo de cabresto, eles geralmente não são usados quando os cavalos são montados na maioria das provas. Porém, quando o animal não é montado e nem está atrelado a qualquer veículo, como na Prova em Liberdade, o seu uso é natural e desejável", afirma o proprietário do Cabrestos Tropel, José Egreja.
Mas é nas exposições e leilões que o utensílio ganha destaque, uma vez que a peça pode colaborar e muito com a beleza e conseqüentemente, com a apresentação do animal. Neste caso, um cabresto mais discreto e fino e que mostre mais a cabeça do eqüino pode ser uma boa opção para apresentação do cavalo.
Composição - A estrutura do cabresto é formada por cabeçada e cabo. O primeiro é item é formado por focinheira, testeira e afogador. A focinheira é responsável pelo comando do cavalo, uma vez que a focinheira situada na região nasal - região de sensível - o que faz com que o animal responda aos estímulos do condutor. A testeira abrange a nuca e tem como função posicionar corretamente a cabeça e o pescoço. E o afogador evita que a cabeçada seja retirada pelo ato do cavalo esfregar sua cabeça onde quer que esteja amarrado, o que acorre naturalmente em razão de eventual coceira provocada pelo suor.

Também usado no controle do eqüino, o cabo do cabresto deve ser resistente e ligado à cabeçada. A medida deve girar em torno de quatro metros para facilitar atividades como caminhada, doma de cabresto, apresentação em pista, manejo reprodutivo e enduro. Caso o cabo seja curto, os resultados podem desastrosos com perda de controle sobre o cavalo, principalmente se o animal for indócil ou estiver assustado podendo provocar, inclusive, a queda do condutor.