Recompensar um cavalo passado já algum tempo de ele ter cumprido, como por exemplo quando sai do campo de obstáculos após uma boa prova, é demasiado tarde. Todavia, uma palavra de apreço sussurrada de cada vez que transpõe bem um obstáculo é compreendida e motivante para o cavalo porque consegue relacionar as duas coisas.
É revoltante ver cavaleiros a dar uma chicotada a um cavalo depois de ter feito a batida para um salto. Esta ação indica ao cavalo, sem sombra de dúvida, que ele está a atual incorretamente! O mesmo acontece com as pancadas na boca, as espetadelas das esporas e mesmo as violentas pancadas que lhe são infligidas nas costas pelo "assento" do cavaleiro. Qualquer ação desagradável ou dolorosa será inevitavelmente associada pelo cavalo ao ato de saltar (ou seja qual for o exercício em execução). Quando nos debruçamos sobre as técnicas utilizadas por alguns cavaleiros podemos considerar um milagre não existirem mais cavalos a recusar ou a "pegarem-se". As palavras-chave do ensino são: firmeza, oportunidade, repetição e a recompensa.
A minha opinião é a seguinte: sendo nós seres de suposta inteligência superior, deveríamos lembrar-nos e aceitar o fato de que os cavalos são criaturas de hábitos e anteciparmo-nos às suas ações, tomando medidas para evitar qualquer ação que pensamos que vai executar, tal como assustar-se num local onde costuma fazê-lo.
A antecipação é na verdade uma expressão de inteligência e pessoalmente fico preocupada quando um cavalo não demonstra qualquer sinal dessa antecipação - memória e capacidade de aprendizagem!
Avaliando a inteligência , o estratagema favorito dos investigadores cientificas para avaliarem a inteligência animal é o labirinto. Para o meio deste são lançados os mais diversos tipos de animais e o que chegar primeiro ao alimento que se encontra no centro é julgado como sendo o mais inteligente.
A sua profissão inclui vários outros truques como a solução de problemas, tais como a aprendizagem de qual a alavanca a acionar ou a quis sons responder de forma a descobrir onde encontra a recompensa.
Este tipo de teste é totalmente inadequado aos cavalos que nunca, no seu meio natural têm que resolver problemas deste tipo. O teste real à inteligência é o da sobrevivência no seu próprio meio e os cavalos sobreviveram no seu durante vários milhões de anos. Mais, são suficientemente inteligentes e adaptáveis para sobreviver e por vezes prosperar no nosso ambiente, vivendo uma vida que lhes é imposta: ser montados, viver em cavalariças, ser separados dos seus semelhantes, não ter oportunidade de formar relações naturais de manda, ser forçado a comer rações feitas por nós etc. Isto para mim é a verdadeira inteligência.