O cavalo deve ficar preso enquanto o dono se afasta para conseguir ver o cavalo na totalidade. Normalmente este ficará quieto, relaxado, provavelmente com uma perna em descanso. Depois desta primeira verificação o dono deve mexer o cavalo e fazer com que este se coloque numa posição mais "quadrada" (posteriores debaixo da massa). O cavalo deve fazer isto facilmente, mas se ele insistir em manter uma perna em descanso algo poderá não estar bem. Deve-se verificar os olhos do cavalo, reparar se estão limpos, brilhantes e sem corrimento. O mesmo deve acontecer com o nariz. Olhar para os flancos também é importante. Quando o cavalo está relaxado o movimento provocado pela respiração deve ser imperceptível. Depois desta verificação prévia está na altura do maneio de limpeza. Com as mãos paralelas o dono deve fazer um movimento descendente no sentido espádua-casco, procurando por feridas. Nas pernas do cavalo o dono deve verificar que não há sinais de inchaço ou outras lesões, que poderiam ter sido causadas por um coice de outro cavalo no campo. A pele e pêlo do cavalo também devem ser cuidadosamente verificados . A pele deve estar limpa, sem sinais de escamação, o que poderia ser um indicador de dermatites. O pêlo deve estar limpo, brilhante, suave e sem falhas. Os cascos do cavalo devem ser limpos e examinados duas vezes ao dia (pelo menos!). O dono deve levantar o membro e apoiar a muralha do casco na palma da mão, enquanto com a outra mão limpa a parte interior do casco, usando o ferro de cascos. Deve-se ter um cuidado especial com as ranilhas do cavalo. Ao examinar os cascos o dono procurará por doenças que afetem estes últimos, tais como laminites, casco-oco, apodrecimento do casco e da ranilha, etc..Finalmente o cavalo deve ser trotado, á mão numa superfície dura, para verificar se há claudicações.
Medicina preventiva : Tal como nós os cavalos estão sujeitos a vários tipos de doenças. No entanto, se mantidos nas condições corretas e com um maneio adequado, a hipótese de sofrer dessas doenças diminui significativamente. As doenças afetam principalmente os cavalos muito jovens, muito velhos, em mau estado de saúde ou negligenciados. O tétano e a influenza eqüina podem atingir qualquer cavalo e são potencialmente letais. Por isso é vital que haja uma vacina anual contra elas.
Desparazitações : Os cavalos também são susceptíveis a parasitas, que apanham enquanto estão a pastar. Um cavalo demasiado parasitado pode perder a sua forma e a parasitação extrema pode mesmo levar á morte do animal. Para evitar estas situações deve ser instaurado um programa regular de desparazitação. O veterinário será a melhor pessoa para indicar a melhor forma de administrar este método de profilaxia. Há várias maneiras de administrar o desparazitante conforme a forma de apresentação destes. Há desparazitantes em pó que se podem misturar na ração. Enquanto há cavalos que são tão sôfregos com a comida que comem o desparazitante misturado com a ração, há outros que não comem por estranhar o sabor. O outro tipo de desparazitante vem na forma de pasta dentro de uma seringa. Apesar de ser mais fiável, pois sabemos exatamente a quantidade de desparazitante que o animal ingere, pode ser mais difícil de administrar. A seringa com o desparazitante deve ser inserida na comissura dos lábios do cavalo, e o produto deve ser expelido da seringa rapidamente, antes que o cavalo sinta o sabor e tente cuspir. Uma mão cheia de ração deve ser dada imediatamente a seguir a este processo, para ter a certeza que o desparazitante foi completamente ingerido pelo cavalo.
Ferração : Outra maneira de prevenir doenças é a ferração regular. Dependendo do tipo de trabalho que o cavalo faz, deve ser ferrado a cada 4-6 semanas. A freqüência da ferração também está relacionada com a velocidade a que crescem os cascos do cavalo. Há uma tendência para prolongar os espaços entre cada ferração, pois são bastante dispendiosas. O excessivo espaço de tempo entre cada ferração pode ter graves conseqüências, tais como laminite, doença da navicular ou lesões a nível dos tendões
Pelo : é um bom indicador de saúde. Deve ser brilhante no Verão com os pelos bem acamados, e no Inverno o pêlo comprido deve ser uniforme. A pele deve ser solta e maleável; quando pegamos numa dobra da pele esta deve ficar novamente esticada assim que a largarmos.
Um pêlo baço ou em pé, a pele das coxas desnecessariamente quentes e transpiradas são sinais de má saúde.
Apetite : é outro excelente guia de saúde. Sabemos a quantidade com que alimentamos o nosso cavalo e quanto tempo ele leva para comer a ração que lhe damos. Se ele não comer tudo, ou estiver na pastagem sem comer, o mais provável é que alguma coisa esteja mal.Olhos devem ser vivos, úmidos e bem atentos. Verifique se há supurações ou olhos mortiços, enevoados ou muito inchados.
Fezes : quantas vezes defecam, a consistência e a cor das fezes do seu cavalo são indicadores úteis de saúde. Os cavalos defecam, normalmente oito a 12 vezes por dia. As fezes devem ser firmes e úmidas, partindo-se quando batem no chão. Verifique se há modificações, especialmente se há diarréia ou se pelo contrário, há obstipação.
Urina : o cavalo deve urinar livremente e a urina deve ser de amarelo a amarelo-acastanhado. Se tiver dificuldades em urinar ou a urina é muito escura, ele deve estar doente. Verifique também a quantidade de água que o cavalo bebe, um cavalo saudável bebe, por dia, entre 15 a 65 litros, dependendo do tempo e do trabalho.
Membros : Regularmente faça deslizar as mãos pelas pernas e pés do cavalo, estes devem estar frescos, rijos e sem inchaços. Os cascos não devem ter mau cheiro. As ferraduras devem desgastar-se uniformemente.
Movimento : O cavalo deve distribuir o seu peso por igual nas suas quatro patas quando se move e as passadas devem ter uma distância uniforme. A desigualdade nota-se mais quando o cavalo vai a trote.
Comportamento: Se despender tempo com o seu cavalo, conhecerá bem o seu comportamento normal e saberá notar qualquer desvio desse comportamento causado por dor ou doença.
Procure sinais de desinteresse e marasmo, comportamento agitado e inquieto no boxe cama remexida, marcas de cascos nas paredes, etc. deitar-se e rolar mais freqüentemente.
Mucosas: Tais como, gengivas e parte interior das pálpebras, devem ser de cor de rosa claro; demasiado pálidas ou escuras indicam problemas de saúde diferentes. Pressionando as gengivas, a marca branca que fica deve desaparecer depressa - em cerca de dois segundos - isto é conhecido como tempo de refluxo capilar.
Dentes : O cavalo é um animal cujos ancestrais passavam o tempo a pastar. Com a sua domesticação ele começou a passar mais tempo em estábulo, logo os seus dentes não se gastam como seria normal se o cavalo passasse todo o tempo a pastar. Os dentes do cavalo devem ser inspecionados regularmente Quando o cavalo tem "bicos" nos dentes ou o chamado "dente de lobo", torna-se desconfortável para ele o processo de mastigação ou até aceitar o contacto da embocadura. Nestes casos é imperativo fazer uma limagem aos dentes do cavalo, trabalho que deve ser feito por um médico veterinário.
Sinais Vitais : Aprender a reconhecer o ritmo normal da respiração do nosso cavalo é importante. A respiração do cavalo é composta pela inspiração-expiração. Por norma um cavalo efetua entre 8 a 16 respirações por minuto. O movimento que o cavalo faz ao respirar pode ser imperceptível á vista, mas pode ser sentido se colocarmos uma mão aberta sobre o flanco do cavalo. Movimentos de respiração demasiado rápidos são um indicador seguro de stress, dor ou lesões. No entanto se o animal está alerta e agitado, pode estar simplesmente a reagir a algo que esteja a ver ou a ouvir.
Temperatura : A temperatura deve ser medida com um termômetro digital. A pessoa que está a medir a temperatura deve colocar se atrás do cavalo, ao lado da garupa deste, afasta a cauda para o lado e insere o termômetro (previamente untado com vaselina ou outro creme gordo), mantendo-o encostado ás paredes do canal retal. A temperatura normal de um cavalo é 37-38ºc.
Pulso : O pulso do cavalo é forte e pode ser tirado em vários sítios. O mais fácil de todos é no "entre-ganachas". Coloca-se a palma da nossa mão na parte exterior da ganacha do cavalo, com os nossos dedos sobre a artéria que passa na parte interior. O pulso normal de um cavalo é de 36-40 batidas por minuto. Uma pulsação acelerada pode indicar que o cavalo está em sofrimento, dor, stress ou excitação. Um cavalo em descanso respira 8 a 12 vezes por minuto, e o coração bate cerca de 30 a 40 vezes por minuto - quanto maior, mais calmo e melhores condições físicas estiver, mais lento será o seu ritmo.