Os aprumos posteriores devem possuir as seguintes características:
Visto de perfil; baixada da ponta da nádega, tangenciando o jarrete, tocar o solo atrás dos talões (i-j). Baixada da soldra, toca o solo a cerca de 10 cm adiante do casco (m-o). A linha baixada da articulação coxo-femural deve passar pelo centro da perna e toca o solo, dividindo o casco pelo meio(k-l).
Visto de trás; baixada da ponta da nádega ao solo e dividir, a partir do jarrete, as regiões ao meio, ficando entre os cascos uma distância igual à largura destes (p).
Quando os membros são irregularmente aprumados, os pés sofrem ruína prematura e, prejudicam os andamentos e diminuem a resistência do animal.
O equilíbrio do cavalo é verificado sempre que uma vertical baixada de seu centro de gravidade cai dentro da base de sustentação, espaço este limitado pelas linhas que ligam as extremidades inferiores dos membros.
O cavalo deve possuir um dorso mediano, de aproximadamente 1,55m de altura, facilitando assim o acesso do terapeuta e transmitem maior segurança aos pacientes quando estes são mantidos à mesma altura dos profissionais que os acompanham.
O perímetro torácico deve contribuir para o posicionamento correto do praticante e não tornar-se impeditivo aos que possuem abdução de pernas prejudicada.
A garupa deve ser de proporção intermediária: não muito horizontal nem muito vertical, situada no mínimo na linha do garrote ou preferencialmente abaixo desta, a fim de proporcionar o engajamento ideal dos posteriores e o transpistar ao passo.
O garrote deve ser saliente (sem excesso), espesso, longo (até meio do dorso) , favorecendo o movimento da coluna, e oferecendo maior segurança ao praticante quando houver desequilíbrio para frente.
O cavalo de Equoterapia deve ainda apresentar as três formas de locomoção naturais do cavalo, ou seja, um passo que deve ser diagonal, a quatro tempos, mantendo um equilíbrio bastante estável para o paciente; o trote saltado, diagonal, a dois tempos e simétrico; o galope saltado, assimétrico, diagonal, a três tempos, ambos amplos e bem diferenciados
O ideal é que o animal consiga movimentar-se de forma harmônica e eficiente, podendo distribuir o fluxo de energia (peso) de sua carga (praticante), de maneira equilibrada de forma que possa manter a vibração da energia do corpo sem oscilações ou desvios.
A personalidade do cavalo é resultante da hereditariedade, da idade, do manejo, do equilíbrio genital e endócrino de vários outros fatores inerentes a sua fisiologia
Assim é importante a identificação das reações psíquicas do cavalo frente aos estímulos do ambiente que o cerca, traduzindo sua sensibilidade e excitabilidade.
O cavalo deve aceitar a utilização de materiais pedagógicos e brinquedos de modo que não se assuste com a utilização dos mesmos e nem com gritos e reações inesperadas dos praticantes e ser tolerante quanto a rampas, cadeira de rodas, muletas e outros equipamentos utilizados por pessoas portadoras de limitações físicas. Neste sentido devem-se descartar os animais com menos de seis anos de idade, os machos não castrados e as fêmeas com cria ao pé devido à ansiedade e desconcentração freqüentemente observadas em suas atitudes.
Quanto ao treinamento, estes devem estar aptos a condução do solo aceitando o terapeuta e os auxiliares laterais, aos exercícios de volteio e flexionamentos, ao comando de voz no trabalho de guia e ainda aceitar as ajudas básicas do adestramento clássico.
Para uma análise completa , formulamos o quadro-guia abaixo contento as características gerais necessárias ao cavalo ideal para a prática da Equoterapia ;
por Eduardo Colamarino
(Equitação Especial)