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9 de abril de 2012

Entendendo os Distúrbios Comportamentais dos Equinos



Os equinos modernos possuem impressionante capacidade de se adaptar aos diversos ambientes e situações impostos pelo homem. A figura do cavalo, que anteriormente estava associada às necessidades do homem, está hoje muito mais ligada aos esportes e ao lazer, principalmente em países desenvolvidos, e como o cavalo confere status e ostentação ao seu proprietário, esta situação deve permanecer por muito tempo. 
Face à sua inter-relação com o ser humano, os eqüinos ficam sujeitos aos caprichos do homem que, alterando seu habitat e modo de viver, acaba por provocar problemas comportamentais que muitas vezes são irreversíveis. Estas modificações podem ocorrer por causas psicológicas, fisiológicas e como conseqüência da seleção genética. O comportamento de um animal é determinado pelas particularidades de construção do seu organismo e está intimamente relacionado com a capacidade funcional do sistema nervoso central, dos órgãos sensoriais, das glândulas endócrinas, do aparelho locomotor e do sistema digestivo. O desempenho dos diversos sistemas e com isto as peculiaridades comportamentais ligadas à espécie são determinados em grande parte geneticamente, mas podem ser modificados até certo grau pelo meio ambiente. Leia em "Mais Informações"...


O cavalo sempre foi um animal gregário, vivendo em comunidades. Se separado do seu grupo, forçado a se comportar como indivíduo sem um líder, perde a referência. A presença do líder é fundamental. O temperamento eqüino não está associado à tomada de decisões e ações por vontade própria. Quando forçado a tomar decisões, isto acontece de forma desfavorável e prejudicial à sua sobrevivência. Ao ser obrigado a viver sozinho em baias ou em pequenos piquetes, sem outros animais da mesma espécie, o eqüino toma como referencial e líder o homem mais próximo, aquele que o alimenta, o treina e determina como deve agir. Os problemas de comportamento mais comumente encontrados nos eqüinos podem ser divididos em três categorias: vícios, agressividade e distúrbios sexuais, os dois primeiros ocorrendo principalmente em animais estabulados e o terceiro por causas que são, na sua maioria, independentes do sistema de criação.

Tratamento do mau comportamento

As modificações de comportamento usando o reforço positivo podem ter sucesso com alguns cavalos agressivos. O reforço negativo pode ser necessário em casos mais severos. A melhor abordagem para o manejo de vícios e de problemas de comportamento é prevenir seu surgimento. Os vícios de cocheira podem ser prevenidos através de um manejo estimulante, planejando rotinas de treinamento e de manejo de acordo com as necessidades naturais dos cavalos. As necessidades psicológicas e fisiológicas do cavalo são as de um animal de manada em constante pastejo e socialmente interativo, e não as de um que seja alimentado duas vezes por dia e mantido isolado de seus congêneres numa cocheira escura. A variação individual tem um grande papel no surgimento, tratamento e prevenção dos maus comportamentos dos eqüinos. É claro que a aceitabilidade ou não de determinado comportamento num animal dependerá da opinião de quem é responsável por ele. 

Além do componente genético, as alterações de comportamento dos eqüinos podem ocorrer: por causas diversas como estresse, transporte e, principalmente, pela influência do ser humano. As mais prejudiciais à saúde do eqüino estabulado são agressividade, hábito de morder madeira, coprofagia e aerofagia. Os vícios de estábulo devem ser prevenidos através do manejo adequado. Exercícios diários, convivência em grupo, dietas corretamente balanceadas e fornecidas são medidas que visam reduzir a ociosidade, solidão e possíveis deficiências nutricionais dos eqüinos, sendo que as dietas oferecidas com menor proporção de concentrado e o volumoso fornecido na forma "in natura" (verde, não muito picado) são indicadas.